Terminal Intermodal Gentileza

2022
Rio de Janeiro - RJ

“Gentileza gera Gentileza”

O Terminal Intermodal Gentileza recebe este nome em homenagem a José Datrino, ou simplesmente: Profeta Gentileza.

O profeta Gentileza ficou conhecido na década de 80, quando caminhava pela cidade e, conversando com as pessoas, levava palavras de felicidade e carinho.

Vestia uma túnica branca, carregava flores e uma placa com diversas frases pintadas, como a mais conhecida “Gentileza gera gentileza”.

A bondade dessas ações se materializa através de seus traços em uma legítima e única obra de arte urbana: painéis artísticos, como páginas de um livro urbano. Naquela década o profeta Gentileza pintou 56 pilares do viadutos da entrada da cidade, próximos à rodoviária, como 56 páginas de livro de poesias, todos com frases que pediam maior atenção com a natureza, o amor e respeito ao próximo. Estão ali, fincados e restaurados, bem na entrada da cidade, como uma homenagem aos visitantes que estão chegando e partindo.

Dentro do Terminal temos 7 (sete) desses pilares, na plataforma do BRT, que podem ser apreciados como quadros em um museu.

“A gentileza é como a criança dentro de nós, basta deixar que ela exista”, diz um de seus pensamentos mais famosos.

O projeto

O projeto é composto por 3 (três) plataformas de modais: BRT, VLT, e ônibus circular. O transbordo entre os modais é feito através de um mezanino, erguido a 4 (quatro) metros de altura, abrigado por estrutura metálica, com 8 (oito) metros de altura. Grande parte dessa estrutura metálica é proveniente da desmontagem do antigo IBC (International Broadcast Center) construído para as Olimpíadas Rio 2016.

Sua modulação atende a demanda do layout interno para garantir o perfeito fluxo entre modais, e permitir um racional arranjo para áreas de comercio e serviços.

Seu fechamento é composto por peças em aço Corten, que remetem aos cascos dos navios do porto, e placas cimentícias paginadas. Essa materialidade permitiu criar uma identidade visual ao terminal, e garantir ventilação e iluminação naturais.

A cobertura é composta por planos ortogonais, em formato de “shed”; remete as coberturas dos galpões da região portuária, e permite conforto térmico e iluminação natural. Um generoso balanço dessa estrutura garante proteção ao sol e a chuva, e arremata o volume do terminal.

A programação visual é conceituada pela tipologia única criada pelo profeta em seus murais.

O profeta gentileza, ou José Datrino, nasceu em Cafelândia (SP), no dia 11 de abril de 1917, e veio a falecer em Mirandópolis (SP), no dia 29 de maio de 1996

Anibal Sabrosa. Sócio da RAF arquitetura, autora do projeto do Terminal.


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